Quando consegui me mexer após chorar madrugada adentro,tranquei todas as portas e janelas recolhi as bebidas que consegui e entrei em minha prisão,nosso quarto,agora meu quarto.
Tentei sentir ódio de você, mas só consegui odiar a mim, rompi os lacres das garrafas e bebi em seus gargalos enquanto recordava do seu rosto e rabiscava minha dor. Após beber muitos litros de álcool na esperança de que ele me mandasse embora dali.
Mas não aconteceu eu continuei ali viva e sentido o vazio da sua ausência,não conseguia viver e tentei todas as formas acabar com aquela dor mas toda e qualquer tentativa era em vão.
Então voltei a dormir e quando abria os olhos por acordar com um pesadelo sentia as lágrimas escorrerem de meus olhos e voltava a dormir,não comi,não vivi apenas dormi e bebi,bebi para sorrir sem alegria,bebi para acender a chama do que vinha se apagando e assim os dias foram sendo gastos.
Então em um final de tarde o telefone tocou e resolvi atender,ouvi uma voz rouca do outro lado era aquele que abrandara os meus pesadelos,aquele que ouvi meus problemas,meu amigo,não mencionarei seu nome mas o chamarei de “luz.”
“Luz” ficou preocupado e até desesperado eu respondi cada uma de suas perguntas com calma mas pude ouvi-lo chorar ao ouvir meu sofrimento,luz sempre sente a minha dor.
Então falei “Vou sobreviver” e ele disse “Você precisa viver!” mas por algum motivo não chorei ao ouvi-lo falar,apenas respirei e o ouvi dizer “Preciso vê-la” respondi que tudo bem.Há muito desde aquela noite eu não via o rosto de ninguém apenas o meu refletido no espelho.
Tomei um banho,abri as janelas para que o cheiro de morte se espalhasse pelo mundo,recolhi as garrafas que eram muitas e desci em direção a galeria “Luz” chegaria em pouco tempo.
Sentei no sofá em frente a grande janela que dava para o jardim e percebi que era outono,folhas secas pelo chão e um grande vento,tempo nublado,fiquei ali parada com o olhar fixo nas folhas varridas pelo vento.A campainha tocou,”Luz” havia chegado,caminhei em direção a porta e abri,pude sentir o seu olhar passear em meu rosto e sua expressão de tristeza.
Ele me abraçou com força e meu corpo magro e frágil se envolveu em seu corpo sadio e mais uma vez as lágrimas rolaram,solucei e o ouvi soluçar e me dizer coisas bonitas como sempre o fez.
Nós entramos após um longo tempo abraçados e caminhamos até sofá onde sentamos frente a frente e ele enxugando as lágrimas me sorriu e eu sorri de volta,um sorrio torto regado a lágrimas.
Conversamos sobre o que aconteceu e ele me ouviu como sempre,ajoelhou em minha frente segurou minha mão e beijou o meu rosto e perguntou se eu queria que ele ficasse,balancei a cabeça em negação e ele concordo,me abraçou e partiu.
Fiquei ali parada como antes assistindo as luzes da rua acenderem e resolvi ir lá fora.Senti o vento me tocar e segui em direção a velha fonte ao lado esquerdo do jardim e lá sentei,ouvi o som do vento regado por lágrimas.
Mas em meu intimo senti algo melhorar, não era muito, mas foi o bastante para me fazer escrever sobre coisas menos negras. Dormi sem pesadelos e acordei com o telefonema de “Luz” me dizendo seu amor. Sorri ao telefone e percebi que era final de tarde, desliguei o telefone, tomei banho e após 4meses aprisionada naquela casa velha saí.
Saí sem destino descendo a ladeira de minha rua caminhei sentindo a brisa fria transpassar meu corpo,levei na mão um caderno,uma caneta,mp3 e lembranças.Após caminhar alguns quarteirões me defrontei com um grande lado um banco solitário e uma luminária,sentei ali,fui acariciada pelo vento.
Observei a paisagem e escrevi.
[continua]
Tentei sentir ódio de você, mas só consegui odiar a mim, rompi os lacres das garrafas e bebi em seus gargalos enquanto recordava do seu rosto e rabiscava minha dor. Após beber muitos litros de álcool na esperança de que ele me mandasse embora dali.
Mas não aconteceu eu continuei ali viva e sentido o vazio da sua ausência,não conseguia viver e tentei todas as formas acabar com aquela dor mas toda e qualquer tentativa era em vão.
Então voltei a dormir e quando abria os olhos por acordar com um pesadelo sentia as lágrimas escorrerem de meus olhos e voltava a dormir,não comi,não vivi apenas dormi e bebi,bebi para sorrir sem alegria,bebi para acender a chama do que vinha se apagando e assim os dias foram sendo gastos.
Então em um final de tarde o telefone tocou e resolvi atender,ouvi uma voz rouca do outro lado era aquele que abrandara os meus pesadelos,aquele que ouvi meus problemas,meu amigo,não mencionarei seu nome mas o chamarei de “luz.”
“Luz” ficou preocupado e até desesperado eu respondi cada uma de suas perguntas com calma mas pude ouvi-lo chorar ao ouvir meu sofrimento,luz sempre sente a minha dor.
Então falei “Vou sobreviver” e ele disse “Você precisa viver!” mas por algum motivo não chorei ao ouvi-lo falar,apenas respirei e o ouvi dizer “Preciso vê-la” respondi que tudo bem.Há muito desde aquela noite eu não via o rosto de ninguém apenas o meu refletido no espelho.
Tomei um banho,abri as janelas para que o cheiro de morte se espalhasse pelo mundo,recolhi as garrafas que eram muitas e desci em direção a galeria “Luz” chegaria em pouco tempo.
Sentei no sofá em frente a grande janela que dava para o jardim e percebi que era outono,folhas secas pelo chão e um grande vento,tempo nublado,fiquei ali parada com o olhar fixo nas folhas varridas pelo vento.A campainha tocou,”Luz” havia chegado,caminhei em direção a porta e abri,pude sentir o seu olhar passear em meu rosto e sua expressão de tristeza.
Ele me abraçou com força e meu corpo magro e frágil se envolveu em seu corpo sadio e mais uma vez as lágrimas rolaram,solucei e o ouvi soluçar e me dizer coisas bonitas como sempre o fez.
Nós entramos após um longo tempo abraçados e caminhamos até sofá onde sentamos frente a frente e ele enxugando as lágrimas me sorriu e eu sorri de volta,um sorrio torto regado a lágrimas.
Conversamos sobre o que aconteceu e ele me ouviu como sempre,ajoelhou em minha frente segurou minha mão e beijou o meu rosto e perguntou se eu queria que ele ficasse,balancei a cabeça em negação e ele concordo,me abraçou e partiu.
Fiquei ali parada como antes assistindo as luzes da rua acenderem e resolvi ir lá fora.Senti o vento me tocar e segui em direção a velha fonte ao lado esquerdo do jardim e lá sentei,ouvi o som do vento regado por lágrimas.
Mas em meu intimo senti algo melhorar, não era muito, mas foi o bastante para me fazer escrever sobre coisas menos negras. Dormi sem pesadelos e acordei com o telefonema de “Luz” me dizendo seu amor. Sorri ao telefone e percebi que era final de tarde, desliguei o telefone, tomei banho e após 4meses aprisionada naquela casa velha saí.
Saí sem destino descendo a ladeira de minha rua caminhei sentindo a brisa fria transpassar meu corpo,levei na mão um caderno,uma caneta,mp3 e lembranças.Após caminhar alguns quarteirões me defrontei com um grande lado um banco solitário e uma luminária,sentei ali,fui acariciada pelo vento.
Observei a paisagem e escrevi.
[continua]
ninguém me disse, um dia,no escuroque há palavras que são sítios por dentro.
ninguém me disse, um dia,que há noites que são quase lugares.paisagens da mesmo solidão,plena de outros lados:as lágrimas principais....porque no silêncio,há sempre o perigo de palavras às escuras.
( duarte t. )
ninguém me disse, um dia,que há noites que são quase lugares.paisagens da mesmo solidão,plena de outros lados:as lágrimas principais....porque no silêncio,há sempre o perigo de palavras às escuras.
( duarte t. )