domingo, 27 de dezembro de 2009

Causos da solidão - part2


Quando consegui me mexer após chorar madrugada adentro,tranquei todas as portas e janelas recolhi as bebidas que consegui e entrei em minha prisão,nosso quarto,agora meu quarto.
Tentei sentir ódio de você, mas só consegui odiar a mim, rompi os lacres das garrafas e bebi em seus gargalos enquanto recordava do seu rosto e rabiscava minha dor. Após beber muitos litros de álcool na esperança de que ele me mandasse embora dali.

Mas não aconteceu eu continuei ali viva e sentido o vazio da sua ausência,não conseguia viver e tentei todas as formas acabar com aquela dor mas toda e qualquer tentativa era em vão.
Então voltei a dormir e quando abria os olhos por acordar com um pesadelo sentia as lágrimas escorrerem de meus olhos e voltava a dormir,não comi,não vivi apenas dormi e bebi,bebi para sorrir sem alegria,bebi para acender a chama do que vinha se apagando e assim os dias foram sendo gastos.
Então em um final de tarde o telefone tocou e resolvi atender,ouvi uma voz rouca do outro lado era aquele que abrandara os meus pesadelos,aquele que ouvi meus problemas,meu amigo,não mencionarei seu nome mas o chamarei de “luz.”
“Luz” ficou preocupado e até desesperado eu respondi cada uma de suas perguntas com calma mas pude ouvi-lo chorar ao ouvir meu sofrimento,luz sempre sente a minha dor.
Então falei “Vou sobreviver” e ele disse “Você precisa viver!” mas por algum motivo não chorei ao ouvi-lo falar,apenas respirei e o ouvi dizer “Preciso vê-la” respondi que tudo bem.Há muito desde aquela noite eu não via o rosto de ninguém apenas o meu refletido no espelho.
Tomei um banho,abri as janelas para que o cheiro de morte se espalhasse pelo mundo,recolhi as garrafas que eram muitas e desci em direção a galeria “Luz” chegaria em pouco tempo.
Sentei no sofá em frente a grande janela que dava para o jardim e percebi que era outono,folhas secas pelo chão e um grande vento,tempo nublado,fiquei ali parada com o olhar fixo nas folhas varridas pelo vento.A campainha tocou,”Luz” havia chegado,caminhei em direção a porta e abri,pude sentir o seu olhar passear em meu rosto e sua expressão de tristeza.
Ele me abraçou com força e meu corpo magro e frágil se envolveu em seu corpo sadio e mais uma vez as lágrimas rolaram,solucei e o ouvi soluçar e me dizer coisas bonitas como sempre o fez.
Nós entramos após um longo tempo abraçados e caminhamos até sofá onde sentamos frente a frente e ele enxugando as lágrimas me sorriu e eu sorri de volta,um sorrio torto regado a lágrimas.
Conversamos sobre o que aconteceu e ele me ouviu como sempre,ajoelhou em minha frente segurou minha mão e beijou o meu rosto e perguntou se eu queria que ele ficasse,balancei a cabeça em negação e ele concordo,me abraçou e partiu.
Fiquei ali parada como antes assistindo as luzes da rua acenderem e resolvi ir lá fora.Senti o vento me tocar e segui em direção a velha fonte ao lado esquerdo do jardim e lá sentei,ouvi o som do vento regado por lágrimas.
Mas em meu intimo senti algo melhorar, não era muito, mas foi o bastante para me fazer escrever sobre coisas menos negras. Dormi sem pesadelos e acordei com o telefonema de “Luz” me dizendo seu amor. Sorri ao telefone e percebi que era final de tarde, desliguei o telefone, tomei banho e após 4meses aprisionada naquela casa velha saí.
Saí sem destino descendo a ladeira de minha rua caminhei sentindo a brisa fria transpassar meu corpo,levei na mão um caderno,uma caneta,mp3 e lembranças.Após caminhar alguns quarteirões me defrontei com um grande lado um banco solitário e uma luminária,sentei ali,fui acariciada pelo vento.
Observei a paisagem e escrevi.
[continua]
ninguém me disse, um dia,no escuroque há palavras que são sítios por dentro.
ninguém me disse, um dia,que há noites que são quase lugares.paisagens da mesmo solidão,plena de outros lados:as lágrimas principais....porque no silêncio,há sempre o perigo de palavras às escuras.
( duarte t. )

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Duas Lágrimas

Uma lágrima rolou
Do meu olho ao perceber
Que era a última vez
Em que eu ia ver você
Outra lágrima rolou
Dentro do meu coração
Ao ver a velocidade
Com que as vidas vão em vão

Quando eu menos esperei
Nada mais eu encontrei,
Havia desaparecido
Tudo aquilo que eu chorei
Mas aquela que escorreu
Do meu peito lá ficou
A gota de um gosto amargo
Com o frio cristalizou

E eu quero saber como proceder
Para esquecer da tua voz, do teu viver
Porque eu apenas quero caminhar
Sem ter que olhar pra trás
E ver você vivendo em paz

E você sabe que eu já sofri demais aqui
E não vejo a hora de poder ficar junto de ti
E onde você estiver
Estarei em coração, em alma e espírito
Através dessa canção

Enquanto a sua ida puder fazer alguém chorar
É sinal que a sua vida ainda não deve acabar
Já que não há saída
Eu posso apenas imaginar
Como seria a minha vida sem a sua pra me alegrar

Como ando sem palavras a dizer por enquanto agora é só isso,palavras alheias que descrevem o que ando sentindo.Perdoem-me o descaso mas os tempos andam negros.

domingo, 6 de dezembro de 2009

causos da solidão


-Acordei com alguns raios de sol que entravam pela janela empoeirada, abri os olhos e senti a vista doer olhei ao meu redor e em minha cama havia alguns papéis,fotos e na mesa de cabeceira o que tinha me feito dormir:comprimidos de morfina.Doce mórfica,doce veneno o qual ingeri na busca de aliviar minha dor constante.
O quarto estava trancado e empoeira não sabia exatamente quanto tem havia dormido, mas creio que o bastante para aquietar as lágrimas no ar um cheiro de amoníaco talvez vindo das paredes velhas daquele mausoléu o qual eu chamara de casa.
Tomei força e saí da cama com as roupas rasgadas,não consegui lembrar exatamente o porque daquilo mas conseguia sentir a dor latejar em mim.Abri uma das janelas e já era um final de tarde frio e vazio,contemplei a cidade de cima de minha varanda em todo o seu esplendor e plenitude,ela estará vazia assim como eu.
Eram ruas sujas pelos passos de pessoas diferentes que por ali passaram. As cores se fundiam no céu já era o crepúsculo e por dormir muito fiquei desorientada do dia em que estava, saí da janela caminhei pelo quarto enorme cheio de móveis antigos e muito papéis,abri a porta do quarto e olhei o corredor que dava para as escadas a casa estava escura e sombria como de costume e o cheiro de amoníaco permanecia no ar.
Talvez eu cheirasse a morte,quem sabe não havia ocorrido e eu ficara presa em minha própria casa talvez não.Segui pelo corredor escuro acendendo um abajur que fica entre as portas de outros quartos,desci as escadas ainda descalça sentindo o frio do chão gelar minha espinha.
Na galeria a qual eu fizera de sala tudo permanecia igual, obscuro, frio e vazio. Segui para a cozinha onde encontrei garrafas de vinho e vodka espalhadas,devo ter misturado vodka vinho e a minha doce morfina na tentativa de anestesia alguns efeitos surtidos em mim.
Abri a geladeira e constatei que estivera vazia apenas jaziam as garrafas de álcool (meu combustível) e água, optei por tomar água, virei à garrafa em minha boca e senti aquele fluido se espalhar pelo meu corpo, encostei-me a pia com a garrafa gelada contra o corpo e senti mais uma vez a lágrima escorrer.
Saí dali subi as escadas e voltei para o quarto, não havia motivos para circular pela casa, tirei aquela roupa rasgada e resolvi tomar um banho, parei diante do espelho e contemplei meu corpo magro e minha cara de doente. Liguei o chuveiro deixando que a água fria escorresse pelo meu corpo magro,permaneci ali por um longo tempo.
Desliguei o chuveiro e agarrei-me a uma toalha negra e felpuda enquanto tentava segurar o grito preso em minha garganta implorando para sair,saí do banheiro pingando e contemplei as giletes que brilhavam em cima da pia um tanto quanto convidativas contudo as ignorei voltei para o quarto e vesti uma camiseta branca acompanhada de um short preto.
Não penteei os cabelos e mais uma vez caí na cama sentindo uma dor no peito, peguei um dos papéis que estava em cima da cama e li os meus relatos que diziam”Não fuja do que sabe que é certo”;”Ouça as minhas súplicas não posso ser largada no abismo mais uma vez,pensei ter o fim próximo mas vejo que este é a penas o início da desgraça”.
Não consigo lembrar a ultima vez que me senti assim, mas deve ter sido a ultima vez em que quebraram meu coração em um milhão de pedaços. Recordo o dia em você partiu, beijou-me e acariciou-me e o no meio da noite deixou-me ali, dormindo ao lado de seu leito.A manhã seguinte foi aterrorizante,lembro-me da dor que me devorava e dos gritos de súplica.
Sobrevivi e com o tempo você voltou para mim, para mais uma vez levar uma parte boa daqui.Mas desta vez você me olhou nos olhos virou as costas e saiu pela porta da frente sem oferecer-me uma palavra.
Fiquei parada sentada no sofá sem consegui me mexer enquanto ouvia os seus passos seguirem porta a fora,senti o medo tomar conta de meu corpo e a certeza que jamais voltaria a vê-la,não sei precisar quanto tempo permaneci naquele estado mas lembro de presenciar a aurora do dia seguinte.
Quando consegui me mexer após chorar madrugada adentro,tranquei todas as portas e janelas recolhi as bebidas que consegui e entrei em minha prisão,nosso quarto,agora meu quarto.
Tentei sentir ódio de você, mas só consegui odiar a mim, rompi os lacres das garrafas e bebi em seus gargalos enquanto recordava do seu rosto e rabiscava minha dor. Após beber muitos litros de álcool na esperança de que ele me mandasse embora dali.
[continua]
Outono. Em frente ao mar. Escancaro as janelasSobre o jardim calado, e as águas miro,absorto.Outono...Rodopiando, as folhas amarelasRolam caem...(...)A água cantou.Rodeava, aos beijos,os teus flancosA espuma, desmanchada em riso e flocos brancos...Mas chegaste com a noite e fugiste com o Sol!...Olavo Bilac, in "Poesias"

sábado, 5 de dezembro de 2009

It's the end.


-Em tempos de pandemiae desespero sentir o mundo se fechar contra mim mas uma das milhares de vezes.

Pude sentir trevas obscuras sugirem nos céus carregados de chuva,pude sentir também o grande vazio tomar-me em seus braços como uma mãe que acolhe seu filho amedrontado por um pesadelo.Voltei ao meu normal,normalmente mal inconstantemente desesperada,obscuramente silênciada.

Lágrimas negras brotaram dosmeus olhos ocasionando um desconforto o qual já estara habituada a sentir,recolhi fotografias alegres que me fizeram emanar água dos olhos e nariz,berrei desesperada buscando algo que socorrece minha alma doente.

Me encontrava despedaça,quebrada como tantas vezes aflita.Decepções haviam me encontrado a pouco e me feito chorar mas desta vez não houve tempo para recuperação apenas uma terrível decepção.Marcada mais uma vez,explorada sem dó ou piedade daqueles que pensei receber amor.

Alguém seria tão capaz de visitar um buraco negro com a mesma frequência que eu?Creio que sejam remotas as chanses,passei um tempo bloqueada por uma alegri ridícula que me fazia sorrirpor ser perfeitamente enganada,trouxa.

Agora passa-me pela a cabeça a ideia de que eu deveria ter aceitado as propóstas que me fizeram,deveria de fato ter enxido a cara e ter me deitado com aqueles que desejavam meu corpo.

Agora bebo para tentar abrandar a maldita dor,enveneno o meu corpo com o alcool na esperança de que ao final destas palavras possa não mais resistir aos efeitos ocasionais que a bebida me proporciona.

Cortas as linhas horizontais não me atraí mais,neste instante optarei por maneiras mas lentas,pouco a pouco darei um fim,desta vez mergulharei neste mar escuro que se forma a minha volta.

Ser humano despezível de uma contuda impecável o doce veneno da ingênuidade escorre dos meus dedos produzindo lágrimas nos meus olhos.Alguém tem alguma solução?

Não consigo atravessar as paredes e não aguento mais pedir socorro,ficarei onde estou.Morrerei todos os dias até que minha pele congele e os meus olhos fiquem acinzentados e as palavras se eternizem presas a minha garganta.

Reunirei as sobras doque um dia foi sentimento bom e jogarei na lata do lixo e quem procurar pelo meu corpo que encontre o cadáver e e achem uma alma perdida.

O segredo está em meus olhos os sonhos se esvaem pelas lágrimas e não há nem um motivo pelo qual eu queira viver então,siga o seu caminho e me deixe largada neste canto,não ouse olhar para trás isto lhe fará pensar em voltar e eu não quero o seu retorno.Liberte-se de mim,liberte-se daqui.

Apenas mantenha viva minhas juras intáctas,talvez você apareça no meu funeral,não chore,não diga que me ama,não estarei mais aquipara ouvir.
Love is dead - Tokio Hotel
Eu segurei sua cartaNas minhas mãos frias A última linha foi longa,Tão longa que até queimou meu olhar Continuando...Com cada palavra outro sentimento morriaFui deixado aqui na escuridãoSem memórias suas,Eu fecho meus olhos Está me matando!Nós morremos quando o amor está morto Está me matando...Nós perdemos o sonho que nunca tivemos O mundo em silêncio, deve sempre se sentir sozinho Porque nós estamos mortos e Nós nunca superaremos Acabou agora.Os abutres estão esperando Pelo o que restou de nós O que podemos pegar?Tudo não terá valor, se perdermos nossa confiança Eles estão se aproximando,Querem Você e eu Eu posso sentir suas garras Me deixem ir agora!tente se livrar Está me matando...Nós morremos quando o amor está morto Está em matando...Nós perdemos o sonho que nunca tivemos O mundo em silêncio, deve sempre se sentir sozinho Porque nós estamos mortos e Nós nunca superaremos Acabou agora.agora...agora...Acabou agora...agora...agora...acabou agora...Acabou agora[..]Os abutres estão esperandoPelo o que restou de nósPegando o que restou de tie de mim ...